Cognitivo-Comportamental e Neuropsicologia

Artigos sobre Psicologia Cognitivo-Comportamental e Neuropsicologia. Dra. Fatima Cristina dos Santos Ferreira - Visite: www.cognitivocomportamental.com


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domingo

Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade - TDAH

Definição de TDAH

O TDAH é um transtorno que afeta o indivíduo desde a infância. Esse transtorno compreende a existência de uma, duas ou três das seguintes características: falta de atenção, hiperatividade, impulsividade. No entanto, hoje é sabido que tais sintomas continuam na vida adulta em cerca de 60% das crianças que tiveram TDAH. Ou seja, os adultos também podem sofrer de TDAH. Ocorre que poucos deles costumam ser identificados ou tratados como “adultos com TDAH”. Nesse caso, pode haver algumas variações dos sintomas. Por exemplo, o adulto pode apresentar inquietação física ou mental, ao invés de hiperatividade. Além disso, geralmente apresentam problemas consideráveis em seu dia-a-dia, nos relacionamentos interpessoais e no ambiente profissional (ver artigo “TDAH em Adultos” na seção abaixo).

O diagnóstico de TDAH é emitido somente quando uma série de sintomas está presente antes da idade de sete anos. Além disso, as deficiências provenientes dos sintomas devem ocorrer em mais de um ambiente. Por exemplo, uma pessoa pode apresentar deficiências dentro de casa, na escola ou no trabalho. Também deve ficar claro que os sintomas interferem na capacidade de atuação do indivíduo, seja em casa, em seu meio social ou profissional.

Sintomas do TDAH

Existem três categorias diferentes de sintomas: desatenção, hiperatividade e impulsividade.

A Desatenção pode não ser perceptível até que a criança comece a conviver no ambiente escolar e com seus desafios. Nos adultos, os sintomas da desatenção podem se manifestar no trabalho e em eventos sociais.

Uma pessoa com TDAH pode apresentar alguns ou todos os sintomas abaixo:


  • Dificuldade de prestar atenção a detalhes e tendência a errar por desleixo, nas atividades escolares ou de recreação, produzindo trabalhos geralmente desorganizados ou mal feitos.
  • Distrair-se facilmente com estímulos irrelevantes e interromper as tarefas com frequência para prestar atenção a coisas ou eventos sem importância, que são geralmente ignorados pelos outros.
  • Incapacidade de manter a atenção nas tarefas ou atividades.
  • Raramente terminar exercícios, serviços ou tarefas que exijam concentração no desempenho.
  • Passar frequentemente de uma atividade a outra, sem ter terminado a primeira.
  • Protelações, ou seja, costuma deixar as obrigações para depois.
  • Desorganização na rotina de trabalho.
  • Esquecimento de atividades diárias (por ex: faltar a compromissos, esquecer o lanche, etc.)
  • Não conseguir concluir tarefas, como deveres de casa ou trabalhos escolares.
  • Mudar de assunto frequentemente, não conseguir ouvir, não conseguir acompanhar conversas e não seguir regras e condutas de atividades sociais.

Os sintomas da Hiperatividade podem se tornar aparentes em crianças ainda na fase pré-escolar e quase sempre se manifestam antes da idade de 7 anos. Esses sintomas incluem:

  • inquietação, ou agitação ao permanecer sentado;
  • levantar-se com frequência, andar ou correr pelos cantos;
  • correr ou pular excessivamente fora de hora (em adolescentes, este sintoma pode ser caracterizado como agitação);
  • dificuldade de agir serenamente ou participar de atividades de lazer mais tranquilas;
  • estar sempre em movimento;
  • falar excessivamente e com frequência.

A hiperatividade pode variar de acordo com a idade e a fase do desenvolvimento.

Crianças menores e em fase pré-escolar com TDAH tendem a permanecer constantemente em movimento, saltando sobre os móveis, e apresentam dificuldades para participar de atividades de grupo mais estáticas. Podem, por exemplo, ter problemas para ouvir uma história.

Crianças na idade escolar revelam comportamento similar, porém com menor frequência. Elas não conseguem permanecer sentadas, movimentam-se muito, mostram-se irrequietas e/ou falam excessivamente.

Em adolescentes e adultos, a hiperatividade pode se manifestar através da inquietação e da dificuldade em participar de atividades mais tranquilas, mais desaceleradas. Costumam ter também dificuldades em esperar ou aguardar por alguma atividade ou uma pessoa.

Os sintomas da Impulsividade compreendem:

  • impaciência
  • dificuldade para dar respostas longas
  • dar respostas impensadas antes mesmo que a pergunta seja finalizada
  • dificuldades para aguardar sua vez
  • interromper ou se intrometer frequentemente em assuntos alheios, a ponto de causarem problemas em ambientes sociais e profissionais
  • iniciar conversas em horas impróprias. - CONTINUA

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Fontes:
-
WebMD
- NetDoctor
Tradução: M. Cardoso
Revisão: Fátima Cristina Ferreira

TDAH em Adultos

Os adultos com TDAH podem ter dificuldades para obedecer instruções, memorizar informações, se concentrar, organizar tarefas ou finalizar um trabalho dentro do prazo. Se essas dificuldades não forem administradas de forma apropriada, elas podem acarretar problemas comportamentais, emocionais, vocacionais e acadêmicos.

Informações Estatísticas sobre Adultos com TDAH

  • O TDAH afeta aproximadamente de 3 a 5% das crianças em idade escolar e é estimado que 60% delas deverão manter esse transtorno na idade adulta.
  • As taxas de prevalência do TDAH em adultos não são tão claramente determinadas quanto ao que se refere às crianças, mas devem variar entre 1% a 5%.
  • O TDAH possui uma incidência mais alta em indivíduos do sexo masculino, durante a infância, mas este índice parecem ser equilibrado na idade adulta.

Problemas e Comportamentos Típicos de um Adulto com TDAH

Os seguintes comportamentos e problemas podem ser originários do TDAH ou resultantes das dificuldades de ajustamento. São eles:

  • Atrasos e esquecimentos crônicos
  • Ansiedade
  • Problemas no trabalho
  • Dificuldade de controlar a irritação
  • ImpulsividadeVício ou uso abusivo de substâncias químicas
  • Pouca capacidade de organização
  • Protelações
  • Baixa tolerância à frustração
  • Tédio crônico
  • Dificuldade de se concentrar em leituras
  • Alterações de humor
  • Depressão
  • Problemas de relacionamento

Esses comportamentos podem ser brandos ou severos, variar conforme a situação ou estar presentes o tempo todo. Alguns adultos com TDAH podem conseguir se concentrar, quando estão muito interessados ou empolgados com o que estão fazendo. Outros pode ter dificuldades para focar sua atenção em certas circunstâncias. Alguns buscam estímulos, mas outros os evitam. Além disso, adultos com TDAH podem se mostrar introspectivos e anti-sociais, ou ainda, podem ser extremamente sociáveis e não suportar a idéia de ficarem sozinhos... CONTINUA

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Fontes:
-
WebMD
- NetDoctor
Tradução: M. Cardoso
Revisão: Fátima Cristina Ferreira

quarta-feira

O Transtorno do Pânico

O Transtorno do Pânico é um sério distúrbio que afeta 1 entre cada 75 indivíduos, aproximadamente. Geralmente, surge na adolescência e no começo da idade adulta. As causas exatas ainda não são claras, mas parece haver uma ligação com certas fases de transição importantes na vida do indivíduo, que são potencialmente estressantes: formaturas, casamentos, chegada do primeiro filho, entre outras. Há também algumas evidências de predisposição genética; se um membro de sua família sofre ou sofreu de transtorno do pânico, você possui um risco maior de desenvolvê-lo, especialmente durante as fases mais estressantes de sua vida.

Crises de Pânico: o Indicativo do Transtorno do Pânico

Uma crise de pânico é a manifestação súbita de um medo avassalador, que surge inesperadamente e sem razões concretas. É algo muito mais intenso do que uma grande situaçao de estresse, que muitas pessoas costumam experimentar. Os sintomas da crise de pânico incluem:

  • Batimentos cardíacos acelerados
  • Dificuldade de respirar, falta de ar
  • Sensação de terror paralisante
  • Vertigem, sensação de desmaio, náuseas
  • Tremores, sudorese, agitação
  • Sensação de asfixia, dores no peito
  • Ondas súbitas de calor ou calafrios
  • Sensação de formigamento nas mãos
  • Sensação de que vai enlouquecer ou morrer.

Provavelmente, você deve conhecer a reação típica que os seres humanos apresentam diante de uma situação de perigo: acionar mecanismos para “enfrentar ou fugir” dela. Porém, nas crises de pânico, esses sintomas parecem surgir do nada. Eles ocorrem em situações aparentemente normais, podendo acontecer, inclusive, durante o sono.

Além dos sintomas listados acima, a crise de pânico é marcada pelas seguintes características:

  • Ocorre de maneira súbita, sem aviso prévio e sem um meio de detê-la.
  • O nível do medo assume proporções muito maiores do que a situação real; na verdade, o medo aí é totalmente desconexo.
  • A crise cessa em poucos minutos, pois o corpo não consegue suportar a reação de “enfrentar ou fugir do perigo” por um tempo maior. No entanto, podem ocorrer crises sucessivas, que reincidem por horas.

Uma crise de pânico não é perigosa, mas pode ser uma experiência aterradora, sobretudo porque o indivíduo acha que está ficando “louco” e “fora de controle”. O Transtorno do Pânico é considerado preocupante por causa das crises a ele associadas, e também porque costuma acarretar outras complicações, tais como fobias, depressão, uso abusivo de drogas, complicações de saúde e até mesmo o suicídio. Suas conseqüências podem ir de um leve desconforto social a uma total incapacidade de enfrentar o mundo exterior.

Na verdade, as fobias desenvolvidas por pessoas com Transtorno do Pânico não são causadas pelo medo específico de certos objetos ou eventos, mas pelo medo de vir a sofrer uma nova crise. Neste caso, o indivíduo tenderá a evitar certas situações por achar que elas podem desencadear outra crise... CONTINUA


© 2008 American Psychological Association

Artigo original
Tradução: M. Cardoso